O mito de que os gênios e grandes empresários dormem pouquíssimas horas por noite ainda povoa a mente de muitos brasileiros. Mas o autor americano Mason Currey -em seu livro Daily Rituals : how great minds make time, find inspiration , and get to work – 2013, descreveu a rotina de sono de 161 mentes brilhantes e desmistificou a correlação entre produtividade e horas restritas de sono. Einstein , por exemplo, dormia no mínimo 8 horas por noite , a mesma quantidade de tempo que Jeff Bezzos, fundador da Amazon, e a maioria das personalidades descritas no livro tinha o hábito de dormir longos períodos.
Por isso, da próxima vez ,que virar a madrugada acordado trabalhando, lembre-se de que a escassez de sono só prejudica sua performance no trabalho. Além disso, os distúrbios do sono geralmente estão relacionados aos sintomas do estresse, do burnout e principalmente da depressão.
Por falar em burnout, essa síndrome elevou-se significativamente no período pós-pandemia, e vem afetando , principalmente, o desempenho de líderes e colaboradores da geração Z (indivíduos que nasceram entre 1995 e 2010), o que levou a Organização Mundial da saúde (OMS) a incluir essa enfermidade no rol das doenças ocupacionais . O Brasil , por exemplo , é o segundo país com mais registros de burnout no mundo , de acordo com levantamento do ISMA (International stress management Association), realizado no ano passado. O ranking tem sido liderado pelo Japão, e as grandes organizações ,desde então , adotaram a observância da saúde mental , como novo paradigma de gestão estratégica de pessoas.
Mas como saber se aquele desânimo, irritabilidade, insônia e dificuldade de concentração não é apenas mais um caso esporádico de exaustão física e mental ou algo insidiosamente específico como a síndrome de burnout ?
Psicólogos e psiquiatras afirmam que os sintomas da síndrome de burnout são muito similares aos do estresse e aos da depressão (insônia, dores musculares , deterioração do sistema imunológico ,queda de produtividade , mudanças de humor , desmotivação, lentidão na velocidade de processamento das informações, lapsos de memória etc).
Mas enquanto a depressão está catalogada como doença psiquiátrica , que requer afastamento imediato e atinge todos os círculos de convivência do colaborador ; a síndrome de burnout, segundo OMS, é uma espécie de estresse “crônico” – oriundo de uma situação desgastante , recorrente e mal administrada dentro do ambiente profissional. É por esse motivo, que até a simples permanência no local de serviço pode gerar desconfortos físicos e mentais ao portador dessa enfermidade, tais como crises regulares de ansiedade em horários que antecedem o expediente ou reuniões com colegas específicos (com os quais o portador da síndrome prefere manter distância) , desmotivação acerca das atividades profissionais corriqueiras e queda significativa de produtividade.
A fim de minimizar , o esgotamento físico e mental dos portadores da síndrome no ambiente de trabalho, as grandes corporações têm investido mais em programas e políticas internas de prevenção para a saúde mental, e os líderes além de contarem com o apoio de comissões internas de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais (CIPA) , também têm auxiliado na preservação do bem estar e na promoção da saúde dos colaboradores através de práticas gerenciais simples, tais como: controle rigoroso do excedente de horas extras, estabelecimento de metas tangíveis, feedbacks que valorizam os trabalhadores , acompanhamento presencial das dinâmicas relacionais de cada equipe , dosagem assertiva de exigência relacionada ao grau de autonomia e de responsabilidade por parte dos liderados.
Vale relembrar também que, o autocuidado ainda é a melhor maneira de lidar com os impactos tecno-sociais e os desafios corporativos contemporâneos aos quais estamos expostos diariamente. Pequenas mudanças no estilo de vida continuam sendo mais efetivas que a busca desenfreada pela prescrição de medicamentos. O seu cérebro está sobrecarregado ? O sono reparador continua sendo o melhor recurso para consolidar a memória , calibrar a velocidade de processamento de informações e ativar os neurotransmissores da concentração. Aquela dor muscular ainda não aliviou? Exercícios físicos continuam sendo o melhor “ detox” para o seu organismo. Seu cafezinho tem mais açúcar que café ? Alimentos ricos em triptofano são excelentes para equilibrar os níveis de serotonina em seu corpo.
Enfim, invista em sua saúde integral! E confie na TECtalk para aprimorar seus conhecimentos em um outro idioma. A TECtalk valoriza o perfil cognitivo e emocional de cada indivíduo. Personalização de verdade, só na TECtalk.